A Casa Viva
- Heloísa Spereta

- 20 de ago.
- 2 min de leitura

Na casa viva tem correria. Tem gente que sai e que volta, tem conversas rápidas e suspiros profundos.
Na casa viva tem saudade. Tem lembranças de viagens, de pessoas queridas e de momentos especiais.
Na casa viva tem gente trabalhando, tem gente estudando, tem gente fazendo coisas importantes.
Tem casa viva que tem gente que brinca, que ri e se diverte. As vezes essa gente é pequenininha, as vezes é gente grande que sabe aliviar os pesos da vida.
Na casa viva tem risos, mas também tem choro, tem conversa alta e sussurros.
Na casa viva tem gente que fala, tem quem só escuta, tem discussões, mas também tem perdão e cuidado com o outro.
Na casa viva tem abraço e tem abrigo.
Na casa viva tem dias de dúvidas e tristeza, mas também tem muita fé e esperança.
Tem casa viva que tem brinquedo na sala e em mais algum canto por aí.
Tem casa viva sem brinquedos, mas se precisar é fácil inventar um.
Na casa viva tem um objeto que pula da mesa pro armário da cozinha por um tempão, até que alguém encontre um lugar pra ele. Ou não.
Na casa viva tem uma gaveta que esconde um monte de baguncinha.
Na casa viva tem louça na pia, tem roupa e sapato fora do lugar e sempre, sempre tem coisa pra fazer.
Na casa viva tem alguma coisa pra consertar e arrumar. Sim! Por que ela é uma casa viva!
A gente vive numa casa viva e nem percebe.
Na casa viva, não importa se ela é grande ou pequena, sempre tem espaço para acolher e passar bons momentos com a família e amigos.
A casa viva demonstra que tem alguém que fez, que se doou, que amou pelos seus atos, que riu e chorou, que viveu.
A casa viva não é uma casa congelada, intocável, uma vitrine de loja. Ela é viva e cheia de amor e por isso ela é o que é, viva e perfeita.




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